quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Um dia quando voltares a ter o meu corpo, por favor..devolva a minha alma!!!



Primavera se foi, e junto com o vento as suas folhas arrastou. A magia da rosa desbotou e o brilho do sol se ofuscou com a chegada da noite. O céu um azul...quase anil, quase celestial...nasceu ! Como estradas que acabam no final, como rua sem saída e como uma gota do orvalho que secou...assim tudo acabou ! Não houve tempestade, nem mesmo uma maré brava...tudo silenciou ! Assim foi...quando você me deixou !Pensei ! Vou morrer ! Quem sabe a morte não seria tão forte quanto a dor...Mas a morte não veio e apenas um sonho ficou entre lembranças de um passado de grande amizade...Vivendo...busquei cicatrizar esta ferida deixada pela sua partida...entre lágrimas e no escuro do meu quarto fui reconstruindo o mundo que havia dedicado todo a você !Lembro...lembro e te deixo lá no passado ! Deixei que fosse...e minhas mãos cansadas te soltou ! Meu corpo, minha mente...tudo pirou ! Minha alegria perdida ficou...Sem forças e sem a tua amizade !Esqueci...esqueci da minha própria existência...Esqueci de outras pessoas que faziam parte da minha vida ! Me esforçava e tentava...mas sempre que o via...novamente em prantos eu caía ! E no escuro de novo...aguardava que alguma luz viria...e como eu queria...que esta claridade fosse a sua...companhia agradável Mas...Toda a amizade que senti por você...foi um sonho...Você ...apagou ! Hoje não brilha mais em mim...E foi assim...Que você passou...E a tua chama nunca mais queimou

terça-feira, 13 de outubro de 2009


Com a Lua safada Vago pela madrugada A procura de um amor De qualquer raça ou cor Uma chama a ser apagada Continuo a vagar Na certeza de encontrar Em algum lugar Em algum canto Um doce acalanto Que estenda seu manto Para fazermos amor Um corpo de qualquer raça De qualquer cor Querendo trocar amor...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O TROVADOR


Esta noite, Ouvi uma melodia encantada,Da chorosa guitarra de um trovador.Foi cantando em sentidas quadras,Repletas de palavras magoadas A história de um caso de amor.Segundo a lenda rezava,Um pobre lobo solitárioVivia o mais triste dos fados.Apaixonou-se pela lua,Sonhava-a como se fosse sua. E tinha o coração em pedaços.Correndo à noite pelos montes,Todos os ribeiros e fontes,Na esperança de poder tocar-lhe.Tal era o amor que sentia,Que mal via raiar o diaNa sua toca se refugiava.E quando a noite chegava,Para a sua amada, ele corria.Perdido na sua doce loucura,Cansado de tanto tentar,Percebeu que à sua bela Lua. Jamais se poderia juntar...Perdido no seu desespero,Sentindo apenas a dor,De não ter seu grande amor,Ficou-se no monte a chorar...No uivar rouco trazia os gemidos,E os versos mais sofridosDe um coração magoado.Seus lamentos de tão sentidos,Tão intensamente vividos,Giraram o mundo inteiro.

domingo, 4 de outubro de 2009

"Seus olhos de jardim pousaram em mim"

Para a minha amiga Drª. Whelma Vieira Diniz Moreira de Sousa
Seus olhos de jardim pousaram em mim seu olhar de floresta invadiu minha tonalidade modesta de castanho colírio fatal pro meu coração que já não bate igual atravessado de paixão mortal por você seus olhos de marte pousaram em cheio no meu rosto e nem que me mate posso esquecer esse gosto colírio fatal pro meu coração que já não bate igual atravessado de paixão mortal por você

GAIOLA CHAMADA DE "EU"

Estou preso aqui, nessa gaiola que chamo de EU. E minha vida por si só não é suficiente pra infundir propósito, e sentido, nesse mundo mudo. Sofro com uma falta tão grande que é impronunciável, desejo alguma coisa que não sei se existe e que só sei do que não se trata. E daí me fascino com tudo aquilo que me tira de mim e me absorve, a música, as mulheres. As pessoas chamam isso de fuga, e o Deleuze vem genialmente com a "linha de fuga" de todo devir. É, são fugas - fugas desse mundo moderado, medíocre e faltoso que habito cotidianamente. São fugas da gaiolinha do eu, rumo a qualquer coisa minimamente grandiosa e grandiosamente minima. Daí a vontade de intimidade, de uma intimidade intocada por minha presença, uma pureza daquilo que é totalmente outro. Um Outro procurado naquilo que eu não enxergo e que potencialmente é tudo. Não necessariamente quero remover o véu. Não necessariamente quero despir as mulheres com as quais flerto. É a minha perversão. Só quero uma espiadinha nos jardins do éden, as vezes visível nas fissuras da pele do rosto da Colombina do momento. Só isso por enquanto, mas quando acontece, eu sempre passo a desejar outra coisa; porque é assim que é devir, e ir devindo. Devenho-mulher para poder devir qualquer outra coisa. E assim viro estrela e canção